quinta-feira, 5 de junho de 2008

Surpresa esperada

Votei a fazer terapia.
Detalhe: dessa vez com um homem.
Outro detalhe: mais velho que eu.
Último detalhe: tão antipático que dá até vontade de rir (pra não chorar).
A primeira impressão foi um pouco constrangedora.O psicólogo não era muito de papo.Pareceu-me impaciente.Como é que uma pessoa escolhe uma profissão a qual precisa essencialmente de um atributo que não possui?não entendo.Só sei que eu tive que usar a pouca paciência que tento ter, pois a sessão foi de GRAÇA.Foi marcada uma próxima, mas só irei porque é de GRAÇA, porque só de GRAÇA alguém volta a sentar numa poltrona de frente para um estranho que faz questão de continuar sendo estranho para você.Por mais que o que vá escutar pelos próximos 50 minutos seja o mais íntimo do interlocutor estranho.A vida é assim, nos põe em cada uma...quem será que descobriu que falar de seus medos - de suas neuras, de seus sentimentos mais obscuros, aqueles que estão lá dentro, num canto tão escondido que nem você mesmo sabia que existia - por horas com alguém desconhecido faz bem?!E não é que faz mesmo.Por mais esquisito que aquela pessoa possa ter me parecido, ele me falou umas frases de efeito que me fizeram sorrir por dentro e por fora.Durante o monólogo, esbocei uns sorrisinhos amarelos em sua direção, que não foram correspondidos, que fique bem claro, haja vista seria muito simpático da parte do estranho, no que ocasionaria uma atitude totalmente contrária à sua vontade, que era de permanecer estranho para mim.Ele também soltou uns sorrisinhos sem graça para a minha pessoa, mas certamente foram para indicar as palavras que viriam em seguida, de perguntas irônicas, daquelas que já está se dizendo a resposta.Conversa mais esquisita! diria um E.T que não soubesse desse costume dos humanos kkkkk
Fiz um grande favor para ele, dando a oportunidade de fazer uma bondade, uma caridade...Sabe como eu descobri de cara que ele não tinha paciência, quando estava construindo um pensamento e ele me interrompeu querendo que eu fosse mais objetiva, mas se a função dele é justamente essa, de ficar paradão esperando que eu mesma descubra sozinha a raiz de meus problemas, para quando ele entender o que eu tentei falar fosse confirmado no momento em que ele perguntasse, mas com convicção e surpresa.Sim, a surpresa para ser o ator principal de sessão de terapia, pelo menos das minhas, sempre saio de uma sala daquelas diferente de quando entrei.Me reconheço.Me descubro.Me entendo mais e me aceito mais.Então, eu saí de lá sorrindo, mas por dentro me sentia leve, alegre, radiante, e não estava nem aí se aquele aprendiz de Hitler era ou não mais neurótico que eu.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

=)

Um comentário:

Carol Costa Bernardo disse...

Que surpresa inesperada, amiga
adorei seus escritos.
Aos pouquinhos vou lendo tudoooo.
E realmente não é facil sentar diante de um estranho para falar de tantas intimidades. Mas acredito que é isso que faz a diferenaça. PQ qdo falamos pra pessoas intimas o discurso se torna estranho.... kkk
te adoro