sexta-feira, 28 de maio de 2010

DAR NÃO É FAZER AMOR


DAR NÃO É FAZER AMOR

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amado...

Luis Fernando Veríssimo


P.s: recebi esse lindo poema(será poema??) por e-mail da amiga Lu, adoreeei!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Definitivo


Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê?Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

Carlos Drummond Andrade

P.s: Lindos versos de Drummond, adoro o que ele pensa(va) e o que ele nos faz sentir. Nos últimos dias tenho estado diferente, meio "des-ligada" das pessoas, de compromissos e gostando de estar assim, mas agora essa sensação está passando, e quer saber? que bom, porque prefiro ser eu, querer estar "ligada" se parece mais comigo.

O mês de maio tá indo embora, tomara que ele leve consigo todos os desencontros que causou. O mês de abril foi tão bom, abriu tantos horizontes...que bom ter do que sentir saudade.

Paty

quarta-feira, 12 de maio de 2010

será que é só isso que fica de mim?



O último romance terminou e hoje eu não tô bem. Do nada começa a passar um filme na cabeça do que houve e principalmente do que nem chegou a acontecer. Agora tô em dúvida se tive minha parcela de culpa, concretizada pela minha excessiva racionalidade. Ninguém sabe, mas até os mais brutus virginianos sofrem. Tão ruim sentir que a casa fim de um novo relacionamento deixo marcas negativas: raivas, rancores, mágoas etc. Será que é só isso que fica de mim?Vou parafrasear o Padre Fábio:


"O tempo da permanência não importa.
O que verdadeiramente conta é o que deixamos quando partimos".


Padre Fábio de Melo via twitter em 11/05/10


p.s:Invejo essa gatinha aí da foto. Queria estar como ela: aninhada.


Paty

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Não pode ter preguiça de viver


Maio começou punk viu, sabe quando você tá numa boa aproveitando a maravilha que é o mar e de repente vem uma onda bem grande e te derruba? pois é e eu não sei nadar, mas eu me viro, tento, só que a onda não pegou só a mim, o outro que também foi atingido não sabe nadar de jeito nenhum, tô tentando fazê-lo levantar, mas ele não quer...só me resta...ficar na minha, como vou ajudar quem não quer ser ajudado.
O bom disso tudo é que eu tô finalmente descobrindo que estou mais segura, mais confiante, e que não desisto das coisas no primeiro obstáculo, há um tempo atrás ser assim era o meu grande sonho, taí, parece que consegui! Bom viu!
Todo início de ralacionamento tem beijinhos, mais beijinhos, carinhos mil, mas tem também algumas divergências, haja vista serem duas pessoas querendo viver a vida a dois (mesmo sendo só um namoro), tudo muito normal, é normal, inclusive a gente pisar na bola, anormal é esperar conhecer alguém e que tudo seja só flores, tem gente que espera que o relacionamento chegue prontinho, bastando aproveitar (tipo pão de queijo, que é uma delícia e é só colocar no forno), existe gente que tem preguiça de tentar namorar direito, do jeito que tem que ser, com os prós e contras, não quer conversar, não quer fazer concessões...isso é o mais difícil, fazer concessões. De posse dessa horrenda preguiça (que a meu ver é até uma preguiça de viver), acha bem mais fácil desistir, passar um tempo pensando no que poderia ter feito ou dito para ter evitado o "fim" ( quando isso ocorre dificilmente existe uma conversa clara, fica tudo no ar) e depois voltar à procura, até que tudo se repita. Triste isso, porque gente assim(eu já fui assim) nunca amadurece, nunca experimenta a satisfação de ter contornado um problema técnico-afetivo. Para que duas pessoas consigam ficar juntas de verdade e usufruírem de tudo de bom e de ruim (que no frigir dos ovos também é bom) as concessões têm de estar presentes, os dois precisam ter essa consciência, não dá pra esperar que de repente aparece alguém do jeitinho que a gente quer, que se encaixe perfeitamente ao nosso modelo, não existe casal assim, se prestarmos atenção em quem está junto a muito tempo o que encontraremos são pessoas sensatas que aceitam fazer pequenas renúncias em nome de um sentimento forte, maior que (quase) tudo, maior que seu orgulho, maior que suas manias, maior que seus desejos individuais. Quando gostamos de alguém a gente quer ver essa pessoa feliz, porém queremos ser felizes também, e de preferência que isso aconteça de maneira equilibrada, não dá abrir mão de tudo o que acreditamos, de tudo o que somos só pra satisfazer um capricho, nessa hora é que esperamos bom senso do "parceiro"(detesto essa palavra).Chato demais quando percebemos que estamos perdendo as rédeas de nossa própria vida. Eu não gosto, e acredito que ninguém goste, mas sei que ainda assim tem os que se deixam levar. Minha personalidade não deixa, gosto muito de mim, não chego a ser totalmente egoísta, entretanto me faz enxergar além do que se vê(como diria Marcelo Camelo), quero alguém pra amar, mas que esse amor me traga completude, e não me vejo completa indo contra as minhas vontades, sendo apenas eu a fazer as tais concessões. Um relacionamento, definitivamente, não vem pronto, para que ele evolua, é necessário uma grande dose de dedicação (nada de preguiça), de respeito mútuo, além da presença do sentimento que tem potencial para se transformar em um grande amor.


Paty