domingo, 30 de setembro de 2007

CONVENÇÃO DOS FERIDOS POR AMOR

Este blog tem por escopo precípuo fazer com que a sua autora desabafe, explicite, enfim expulse suas sensações, suas frustrações, seus desejos...mas haverá vezes em que outras pessoas escreverão algo que a autora queria ter tido a oportunidade de ter escrito, nessas horas a autora se propõe a dedicar um espaço do seu espaço particular para que o mundo compartilhe de algo que ela mesma se deliciou.
Paulo Coelho foi muito feliz ao escrever essa Convenção.
Convenção dos feridos por amor
Disposições gerais:
A - Em se considerando que está absolutamente correto o ditado ´tudo vale no amor e na guerra´;
B - Em se considerando que na guerra temos a Convenção de Genebra, adotada em 22 de agosto de 1864, determinando como os feridos em campo de batalha devem ser tratados, ao passo que nenhuma convenção foi promulgada até hoje com relação aos feridos de amor, que são em muito maior número;Fica decretado que:
Art. 1 - todos os amantes, de qualquer sexo, ficam alertados que o amor, além de ser uma benção, é algo também extremamente perigoso, imprevisível, capaz de acarretar danos sérios. Conseqüentemente, quem se propõe a amar, deve saber que está expondo seu corpo e sua alma a vários tipos de ferimentos, e não poderá culpar seu parceiro em nenhum momento, já que o risco é o mesmo para ambos.
Art. 2 - Uma vez sendo atingido por uma flecha perdida do arco de Cupido, deve em seguida solicitar ao arqueiro que atire a mesma flecha na direção contrária, de modo a não se submeter ao ferimento conhecido como ´amor não correspondido´. Caso Cupido recuse tal gesto, a Convenção ora sendo promulgada exige do ferido que imediatamente retire a flecha do seu coração e a jogue no lixo. Para conseguir tal feito, deve evitar telefonemas, mensagens por internet, remessa de flores que terminam sendo devolvidas, ou todo ou qualquer meio de sedução, já que os mesmos podem dar resultados a curto prazo, mas sempre terminam dando errado com o passar do tempo. A Convenção decreta que o ferido deve imediatamente procurar a companhia de outras pessoas, tentando controlar o pensamento obsessivo ´vale a pena lutar por esta pessoa´.
Art. 3 - Caso o ferimento venha de terceiros, ou seja, o ser amado interessou-se por alguém que não estava no roteiro previamente estabelecido, fica expressamente proibida a vingança. Neste caso, é permitido o uso de lágrimas até que os olhos sequem, alguns socos na parede ou no travesseiro, conversas com amigos onde pode-se insultar o antigo(a) companheiro(a), alegar sua completa falta de gosto, mas sem difamar sua honra. A Convenção determina que seja também aplicada a regra do Art. 2: procurar a companhia de outras pessoas, preferivelmente em lugares diferentes dos freqüentados pela outra parte.
Art. 4 - Em ferimentos leves, aqui classificados como pequenas traições, paixões fulminantes que não duram muito, desinteresse sexual passageiro, deve-se aplicar com generosidade e rapidez o medicamento chamado Perdão. Uma vez este medicamento aplicado, não se deve voltar atrás uma só vez, e o tema precisa estar completamente esquecido, jamais sendo utilizado como argumento em uma briga ou em um momento de ódio.
Art. 5 - Em todos os ferimentos definitivos, também chamados ´rupturas´, o único medicamento capaz de fazer efeito chama-se Tempo. Não adianta procurar consolo em cartomantes (que sempre dizem que o amor perdido irá voltar), livros românticos (cujo final é sempre feliz), novelas de TV ou coisas do gênero. Deve-se sofrer com intensidade, evitando-se por completo drogas, calmantes, orações para santos. Álcool só é tolerado em um máximo de dois copos de vinho por dia.
Determinação final: os feridos por amor, ao contrário dos feridos em conflitos armados, não são vítimas nem algozes. Escolheram algo que faz parte da vida, e assim devem encarar a agonia e o êxtase de sua escolha.E os que jamais foram feridos por amor, não poderão nunca dizer: ´vivi´.Porque não viveram.

=)

PUBLICADO NO DIÁRIO DO NORDESTE DE 30/09/2007.


quinta-feira, 13 de setembro de 2007

FAZER O QUÊ...ACONTECE !

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BLOGUEIRA EM CRISE EXISTENCIAL = TPM

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

DANÇAR OU NÃO DANÇAR, EIS A QUESTÃO!


Hoje eu não ia nem escrever nada...mas...de repente as perguntas começaram a ferver de novo na minha cabeça, daquele jeito que me fazem parar e escrever...escrever...até parecer que me livrei delas.



Tava aqui pensando como o ser humano é...esquisito?estranho?volúvel?...sei lá...algo assim,



ou não.



Deve ser um nome que ainda não inventaram, ou se iventaram ainda não conheço.



Semana passada estava na de um carinha que parecia também estar na minha, hoje eu não estou mais na do carinha que, por sua vez também não está mais na minha...cara o que é isso?que doideira é essa que tá virando a vida?não apenas a minha, mas a de todos nós.Porque estamos assim? porque agimos assim conosco?que maluquice é essa que estamos fazendo?isso não é legal!Não tem graça nenhuma =/.Pára o mundo que eu quero desceeeeeeeeer...



Certa vez justifiquei minhas atitudes para uma pessoa como sendo frutos de amadurecimento pessoal. Que? desde quando "ciscar" (desculpe a palavra xula, mas é que a essa hora não consegui encontrar sinônimo com eufemismo) representa maturidade?Não.Isso deve ser fruto de circunstâncias da vida ou reação à primeira ação de outrem: - ou aprende-se a dançar conforme a música ou...fica sentado só olhando o povo dançar...dançar e ser feliz...será?será que quem está dançando está realmente feliz?ou está feliz apenas e tão somente porque deve estar (DEVER= OBRIGAÇÃO), pois a sociedade é tão massacrante que cobra até isso da gente:que sejamos felizes o tempo todo, senão...é mal-agradecido, é exigente demais...como se não tivéssimos o direito de querer mais da vida.Somos obrigados a ser felizes SIM, sob pena de não o sendo, ser taxado desses adjetivos aí e outros mais que num instante aparecem, como num passe de mágica.



Cara, eu não acredito que tô virando isso.



Isso que o povo lá fora já virou faz tempo.



Isso que eu nunca aprovei e que eu sempre critiquei.



Isso...desenraizado...desapegado...desen...ENrolado...



Só que não querendo nos enrolar, estamos cada vez mais enrolados, estamos nos enrolando com as nossas próprias teias.



É uma liberdade que eu não pedi, que eu não quero, liberdade demais é prejudicial à saúde, pelo menos para a minha é kkkkkkkkk.



A vida é feita de escolhas: ficar sentado olhando o povo dançar, já que não sabem (ou não querem) dançar o seu ritmo...ou aprender a dançar o ritmo deles?ó dúvida cruel!Sabia que às vezes dançamos o ritmo deles por osmose?é...sem sentir acabamos entrando no ritmo daqueles que talvez nunca nem pararam de verdade pra pensar nisso, se gostavam ou não daquele ritmo...dançam de qualquer jeito, o importante é dançar...é complicado falar sobre isso, porque no fundo termino julgando e se tem uma coisa que não gosto é de julgar, porque não gostaria de ser julgada.Quem sabe a errada aqui sou eu que fico tentando "descobrir o sexo dos anjos", isto é, confabular o que é inconfabulável (essa palavra existe?se não acabei de fazer uma analogia, que legal :] ).



Será que o segredo da felicidade é esse: dançar sem pensar se quer dançar aquele ritmo ou não?será que o importante mesmo é dançar...não importa como, nem com quem?



Mais uma vez não sei a resposta.Se descobrirem, me contem por favor?



(...?)





:P


sábado, 1 de setembro de 2007

DE PERTO NINGUÉM É NORMAL


O conceito de normal e patológico é muito relativo, depende de aspectos culturais, contextos históricos etc. O que parece absolutamente normal para uns numa determinada sociedade, para outras pode ser casos até de internação.Na verdade o poder atribuído à ciência e aos profissionais de denominar determinados comportamentos como sendo uma coisa ou outra é muito mais sério do que se possa supor, pois o profissional é um ser que foi construído a partir da educação recebida por seus pais, família... somado ao seu habitat natural, ou seja, o ambiente social em que viveu a maior parte da sua vida, daí não se pode desconsiderar o fato de ser um ser dotado de inúmeros “pré-conceitos”, que por mais que se tente não se desgarra de sua personalidade, por mais que os livros de Psicologia digam que não se deve dar um diagnóstico pautado nos seus valores morais, pois a realidade é mais forte que tudo isso.Imagine-se alguém formado em Psicologia, que foi educado numa família totalmente “vanguardista” em relação aos costumes da época, se ver diante de um paciente que está completamente assustado com algo que na família dele ocorre corriqueiramente?Ele irá diagnosticar o comportamento de seu paciente como normal ou patológico?Seus pensamentos e ações podem ser apenas características particulares de um ser “diferente”, com transgressões morais diversas dos que com ele convivem.


Existe um Movimento Antimanicomial acontecendo no país, mas toda transformação vem da educação, não adianta fazer campanhas para a Desospitalização dos doentes mentais, se a sociedade não aceita o doente como um ser humano. Desde o berço as famílias têm de ensinar a seus filhos - adultos em construção - a respeitar o diferente, que nem sempre aquilo que é diferente é necessariamente ruim, que aqueles que agem de forma diferenciada devem sim, ter algo a mais para lhes oferecer, algo que esteja no seu íntimo, que não possa ser visto a olhos nus, essa sensibilidade não pode ser ensinada de uma hora para outra, substituída por outros valores já enraizados pela vida, um adulto preconceituoso não deixará de sê-lo apenas vendo uma campanha na TV.Ajuda, mas não transforma.Claro, que esse tipo de campanha é bem vinda, como um grito de alerta paras os que estão sendo massacrados dentro daqueles lugares terríveis, seres humanos prisioneiros de si mesmos, acorrentados a seus mundos particulares.


Bem, se formos deixar de ser egoístas por alguns minutos e tentar nos colocar no olhar do outro, veremos que muitos comportamentos nossos são considerados “anormais”, quem nunca se viu diante de um espelho conversando consigo como se fosse outra pessoa?Até mesmo a pessoa que você gostaria de ser?Quem nunca se viu diante de uma situação boba para uns, como ser apresentado para a família do namorado e de repente gelar, tremer, por não ter a mínima segurança quanto a si mesmo (será que eles irão gostar de mim?).Hoje mesmo o meu tio que namora sério há 16 anos disse q não é casado, sendo que ele e a namorada estão 24h por dia juntos , fazem tudo juntos e ele ainda se considera solteiro, isso é normal?pra mim não, mas pra ele sim.


Ver atitudes nossas em outras pessoas faz com que repensemos muitas coisas que outrora julgaríamos como “doidice”. O comportamento no outro tem valor maior do que quando vem de nós. Julgamos-nos bonzinhos, normais, atribuímos à nós muitos adjetivos com eufemismos, mas quando é o contrário, as ações crescem, seus valores são multiplicados, pois o outro é muito mais “doido” do que nós.Pensamos que nossas ações são absolutamente normais, controláveis.Será que são mesmo?Quantas vezes passei horas do meu dia pensando nas bobagens que penso (pleonasmo), só faltava pirar o cabeção :P, mas hoje em dia tô um pouco mais light, tô me achando mais normal, ou será que minhas patologias estão se agravando tanto a ponto de me considerar louca como a maioria da população?Minha professora de Psicologia disse que não existe ninguém normal, então...


Caetano Veloso estava num momento “são” de sua vida ao exprimir uma frase que, no fundo, todos nós concordamos, todos nós queríamos tê-la dito: "de perto ninguém é normal".


=]