quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

reflexão de novo?

Reflexão parece que rima com fim-de-ano.
Por mais que não se queira, ela sempre acaba fazendo parte do pacote das boas festas.
Pensa-se se os 365 dias do ano foram bem aproveitados...ou não!

Hoje eu escutei uma canção tão linda, de um grupo que eu já sou fã há um tempo, mas que existem algumas músicas que ainda não me apaixonei, e essa foi uma delas.
Fala do desabafo de alguém que pensa de quem seria se tivesse tido a oportunidade de prever o errado, quem ele seria hoje.
Toca lá no fundo de quem escuta e sente o mesmo, como eu.
E se eu tivesse o dom de prever o futuro e de escolher outro caminho...quem eu seria hoje?
Questão complicada...porque logo vem a sensação de que optou-se errado.
Bate uma dor na consciência pelos "nãos" dados sem necessidade...
pelos "sims" exclamados inconsequentemente...
pelos infinitos minutos de desespero ao ter que tomar a tal decisão...
e a raiva de si mesmo quando percebe que vacilou total.

Na canção o compositor diz que assume todas as suas escolhas.
Corajoso ele.
Queria ser assim.
Na realidade acho que sou assim, mas assumir suas boas ou más escolhas traz um ônus muito grande pra dentro de nós, tão alto que às vezes parece pesar 1 tonelada.
Peso alto demais pra mim.

E as promessas que se faz para o ano vindouro acabam sendo as mesmas do ano que termina, ter que refazê-las geralmente dói.
Dói porque...
porque...
num sei...
só dói.
Acho que é de vergonha.
O reflexo no espelho de nós mesmos 1 ano depois nos fazendo as mesmas promessas que, talvez (pra não dizer certamente) não serão cumpridas, é de "corar".

Eis a canção que citei:
(linda, linda, linda...uma poesia)


Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
E ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto
Sei do incômodo e ela tem razão
E quando vem dizer que eu preciso sim de todo o cuidado.

E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz,
quem então agora eu seria?
Tanto faz que o que não foi não é.
Eu sei que ainda vou voltar... mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
Sei do escândalo e eles têm razão
quando vêm dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo.

E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?
Ah, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!

Ah, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser
aceito a condição.

Vou levando assim
que o acaso é amigo do meu coração
quando fala comigo, quando eu sei ouvir...

O VELHO E O MOÇO
letra e música:RODRIGO AMARANTE (meu poeta preferido)

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