sábado, 17 de dezembro de 2011

O vício de evitar


Na minha última postagem revelei uma dúvida que pairava no ar a respeito da causa do ciúme que senti nos dias antecedentes. Hoje vejo que já descobri não só a causa quanto a pessoa que causou. Não gosto de apontar culpados num fim de relacionamento, afinal os dois são responsáveis por tudo, tanto das coisas boas quanto das ruins, mas neste último relacionamento específico eu tive a oportunidade de ter uma experiência com um "tipo" de pessoa que até então eu não conhecia: o cínico.

Já presenciei relatos de homens que chamam suas namoradas, noivas, esposas, enfim...de loucas. "Ah ela é louca!", "Ela vê coisas onde não existe!", "Ela é muito cri-cri! e muitos outros adjetivos para descrever uma mulher que sofre, uma mulher que eles não fazem felizes. Como se eles não tivessem nada a ver com a infelicidade delas. Quando na verdade, são a causa principal.

Muitas vezes uma mulher está ótima, saudável emocionalmente, em paz consigo mesma (como eu estava) e de repente conhece um homem que inicialmente só traz coisas boas, momentos de cumplicidade e alegria. Quem não quer? Quem não gosta de estar feliz com alguém? Afinal a gente não escuta o tempo todo que estamos nessa vida é pra viver, pra aprender e evoluir e que isso só se comsegue a custa de muito esforço e experiência, pois é! Só que agora eu posso dizer com propriedade que isto é muito perigoso, pois estes tais momentos podem custar muito caro, pode ser a custa de muitas dores de cabeça, decepções, chegando até a pessoa se ver necessitada de remédio controlado pra diminuir sua angústia e ansiedade diante da situação que está passando.

O cínico mata a mulher na unha, como diz um provérbio popular. Trai, engana, maltrata. Tudo isso se chama abuso emocional. O outro ( a mulher) vê nitidamente tudo isto e o cínico diz que ela está vendo coisas, que nada daquilo existe na realidade, a faz pensar que ela é a responsável pela desavença no relacionamento, pelo fim, e a culpa só ela sente. Porque ele está bem, tranquilo, não fez nada, está dormindo em paz.

Desse tipo de homem aí, eu quero é distância. Nada vale a pena se a minha saúde emocional estiver sendo abalada. Preciso entender e aceitar que eu não sou, nem nunca fui, culpada de nada. Que minhas ações foram reações a tanto abuso emocional causado pelo outro, que na verdade é um viciado em evitar se envolver emocionalmente. Quando o relacionamento está sendo preenchido com amor e afetividade, o outro é capaz de fazer tudo para quebrar esse envolvimento dentro de si e não deixar que ele seja seja consolidado, assim ele fica protegido da dor que por ventura um dia sofreria caso o relacionamento acabasse. Mas que covarde e doente que é esse viciado em evitar hein. Evita na verdade é de ser feliz. Porque pseudo-relacionamento, desses relâmpagos, não preenchem ninguém de verdade, só ilude o outro e a si mesmo, de que a vida está ótima, sem problemas, sem cobranças, sem nada que o tire da zona de conforto de não se envolver.

Contudo, ao evitar isso também evita afagos, companheirismo, olho no olho, verdade, afetividade, palavras amigas, cumplicidade, parceria. Tudo o que realmente nos faz sentir vivos. Tudo o que todos nós tanto buscamos e que eles ao encontrarem, chutam, jogam fora, por simples medo e egoísmo.

Pathy

Um comentário:

Lady Araujo disse...

Paty,
Você é uma das pessoas mais admiráveis que eu já conheci.
Você é FORTE!
Só não aprendeu a usar essa tamanha força.
Agora vamos lá que um novo ano começa, "sempre em frente não temos tempo a perder."