terça-feira, 22 de julho de 2008

solidão não tá com nada


Sábado fui assistir o filme HANCOCK, com o Will Smith, aliás fui com meu namorado Diel, o Will é o astro do filme rsrs, a língua portuguesa é osso, linda, mas também consegue confundir.Bem, o filme não é lá essas coisas, tenta ser engraçado e tals, mas filmes que têm muitos efeitos especiais só servem para preencher os olhos, homem que voa...que tem superforça...que é imortal...muito fantasioso não faz muito minha cabeça, imortais todos somos mas esse corpo que tomamos emprestado para esta existência um dia perece, ele não é imortal, o que o anima é, ou seja o espírito, mas enfim, não é isso que eu quero falar.O que eu quero dizer é que até num filme onde a mentira cinematográfica impera dá pra tirar algo de construtivo.O desse especificamente é que o super Will Smith tinha todas as características que citei acima, mas...não era feliz.Vivia bêbado, caindo pelas ruas, com uma depressão crônica de dar dó, detalhe: o filme se passa nos dias atuais, ou seja nada de futurismo, ele era triste por não ter ninguém, por não ter uma família que o amasse, por não ter para onde voltar depois de salvar alguém, aliás essa parte de salvar é engraçada, ele passou a ser um anti-herói porque toda vez que ele descia do céu para salvar uma pessoa em perigo ele destruía o patrimônio público, salvava apenas e tão somente "a pessoa", mas acabava com as ruas, com os prédios, com os calçamentos...tudo porque a bebida era a única amiga dele.Até que um dia ele encontrou uma pessoa que quis ajudá-lo, lhe ofereu a mão, lhe deu vários conselhos, difíceis de serem aceitos por ele, pois quando se está no fundo do poço é complicado voltar a ter fé, esperança, é mais fácil crer no fracassado que já é do que arranjar forças para tentar mudar, isso para quem se acha numa situação semelhante a dele, o que não é difícil de encontrar.Logicamente que essa atitude difere de pessoa para pessoa.Mas estive pensando... só o que tem nas esquinas desse país são Hancocks, alguns dirão: mas não tem superpoderes.Eu pergunto: será que não?acordar todos os dias sem ter o que comer, beber, vestir, e continuar sobrevivendo sem nenhuma perspectiva de mudança, de um futuro diferente...será que essas pessoas não têm superpoderes?e tem aquelas que têm um emprego sim, mas que se morar numa grande cidade precisa acordar-se às 4h da matina para pegar 3, 4 conduções para chegar ao local de trabalho e no final da jornada fazer todo o trajeto novamente de volta para apenas ver um filho e/ou um cônjuge que certamente já estará na cama.A meu ver, essas pessoas são muito fortes, têm uma fortaleza dentro de si que poucos conseguem enchergar.Eu não sei se conseguiria viver assim.Em suma, o astro do filme, se transformou, claro, virou um superherói típico, com uma roupa de couro que parecia com enchimento, de repente os músculos dele ficaram maiores ainda, e lá se vem o amor (tinha que ter né) aparecer num filme onde inicialmente só iria ter as conhecidas piadinhas do Will.Ele inconscientemente for atraído para a mulher que o completava há milhares de anos, a tristeza dele era maior porque além de não ter ninguém ele também não tinha memória.Agora se imagine, completamente só num lugar onde você é único na sua espécie, que nem lembranças de um passado você tem para recordar?Que coisa horrível.Existe uma canção do Peninha que diz: "mas não tem revolta não/eu só quero que você se encontre/ter saudade até que é bom/é melhor que caminhar vazio(...)" e eu concordo com ele, quantas vezes já me vi acompanhada de boas lembranças quando estava fisicamente só.Eu consegui extrair coisas boas deste que seria apenas um filminho light do Will.Tomara que todos que assitiram também tanham conseguido o mesmo.
=]

Um comentário:

Déo Cardoso disse...

Pois é, Paty... eu acho legal pra caramba a forma como vc pensa, como vc valoriza cada um desses Hancocks... isso é muito bonito da sua parte, nega... difícilmente temos essa sensibilidade... no jogo Ceará x Corinthians eu tava na arquibancada, aí sentou perto de um um cara sem camisa, jovem, bem magrinho, com o corpo cheio de tatuagens, fumando um cigarro, bigode ralo, da nossa cor de pele... desses tipos q a sociedade impõe como "marginal"... q nos ensinam a ter medo... pois eu fui conversar com ele e conheci um desses hancocks como vc citou: fala mansa, simpático, agradável de se conversar, tava vindo direto do trabalho pro jogo e ia pegar o busão até o bairro João 23 (descobri até q ele mora perto da minha madrinha)...
portanto, td o q vc escreveu vc ta cercada de razão...

bjo nega

:-Déo